O Tribunal do Júri da Comarca de Santo André, em São Paulo, recebe, a
partir das 9h desta segunda-feira, o protagonista de um julgamento
histórico.
Lindemberg Alves Fernandes é acusado de matar sua ex-namorada
Eloá Cristina Pimentel e será julgado pelos crimes de homicídio
qualificado, tentativa de homicídio qualificado, cárcere privado e
disparo de arma de fogo. Em 13 de outubro de 2008, Lindemberg iniciou um
sequestro que durou mais de 100 horas — fomentado pelo inconformismo
com o fim do relacionamento — e teve um desfecho trágico. Eloá, então
com 15 anos, morreu em 18 de outubro, um dia depois de ter levado dois
tiros, um na cabeça e outro na virilha. Os disparos foram feitos no
apartamento da jovem, em Santo André, depois da invasão de policiais
militares do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), que negociavam a
libertação das reféns. Nayara Rodrigues, amiga de Eloá, também foi
atingida por uma bala no nariz durante a ação, mas sobreviveu.A jovem Nayara é uma das cinco testemunhas arroladas pelo Ministério Público contra o acusado. Os outros depoentes são o irmão de Eloá, Ronikson Pimentel dos Santos, dois amigos da vítima, Victor Lopes de Campos e Iago Vilera de Oliveira, e o policial militar Atos Antonio Valeriano. Excluindo o irmão de Eloá, que teria testemunhado momentos de agressividade do acusado e participado das negociações durante o sequestro, todas as testemunhas de acusação estiveram na cena do crime e são consideradas vítimas de Lindemberg. O policial iniciou o contato com o acusado e foi alvo de um disparo de arma de fogo. Já os amigos de Eloá estavam reunidos na casa da vítima para fazer um trabalho de escola, quando Lindemberg invadiu a residência. Todos os amigos chegaram a ser libertados, mas o acusado pediu que Nayara retornasse ao local do sequestro, em um dos pontos mais polêmicos do caso.
Além dos depoimentos, um dos principais argumentos que devem ser utilizados pela acusação é um laudo pericial que comprova ter sido Lindemberg o autor dos disparos contra Eloá, provocando sua morte. “O Ministério Público irá, por ocasião do Julgamento Popular, expor aos jurados todas as provas produzidas durante a instrução criminal, inclusive provas periciais, as quais comprovam que foi o acusado Lindemberg quem efetuou os disparos contra as vítimas Eloá, Nayara e Atos, causando a morte da primeira”, afirmou a promotora do caso, Daniela Hashimoto, por meio da assessoria de imprensa. A expectativa do Ministério Público é de que o acusado seja considerado culpado por todos os crimes elencados, que, somados, chegam a pena mínima de 52 anos — o tempo máximo de prisão no país são 30 anos, segundo a legislação brasileira.
Fonte:DP
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