A investigação apura denúncias de comercialização clandestina de toxina botulínica, o chamado “botox”, usada para tratamentos estéticos e de saúde. A PF informou que o inquérito e as investigações estão em andamento. Os materiais apreendidos na ação, ainda não contabilizados, passarão por análise.
Os médicos foram presos em Caruaru, no Agreste pernambucano, e no
Recife. Outra médica não chegou a ser detida na capital pernambucana,
mas será indiciada porque também tinha o produto em estoque. "Essa
médica, responsável por um dos materiais encontrados, não estava no
consultório no momento da ação policial”, explicou Ricardo Saldanha,
perito da Polícia Federal.
A Operação Narke cumpriu 13 mandados de busca e apreensão, quatro de
prisão temporária, sendo dois desses também registrado o flagrante
delito pelo crime de possuir em depósito o medicamento ilegal, e cinco
de conduções coercitivas. Mais quatro pessoas foram presas em flagrante
durante a ação da PF, totalizando oito detidos. Sessenta e seis
profissionais de saúde, sendo cerca de 40 do Recife, já foram intimados a
depor para prestarem esclarecimentos às investigações.
Na terça-feira, a PF apresentou parte dos medicamentos apreendidos. Os
frascos eram comercializados como sendo toxina botulínica, mas
apresentavam o produto numa quantidade menor que a autorizada pela
Anvisa. Também foram apreendidas ampolas de um remédio usado para queima
de gordura localizada, mas esse medicamento não tem registro no
Brasil.
As investigações começaram há nove meses e apontaram a venda ilegal de
botox principalmente em estados do Nordeste, como Piauí, Rio Grande do
Norte, Alagoas e Sergipe. Os mandados judiciais foram contra
distribuidores, profissionais de saúde e clínicas em João Pessoa (PB),
Recife (PE), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Caruaru (PE), Patos
(PB), Natal (RN), Teresina (PI), Aracaju (SE) e Maceió (AL).
No Recife, um revendedor de produtos falsificados foi preso em
flagrante. O material foi encontrado em um depósito no bairro de Campo
Grande, na Zona Norte. Depois de prestar depoimento, ele foi encaminhado
ao Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. "O próximo passo é ouvir
profissionais de saúde, entre médicos e esteticistas, que faziam uso
desses produtos ilícitos. Queremos saber se eles sabiam que eram falsos.
O mais provável é que sim, já que eles compravam com preços muito
abaixo do valor de mercado e os pacientes pagavam pelo produto original.
Então, acreditamos que eles faziam isso visando lucro", explicou o
delegado Humberto Freire.
A toxina botulínica ilegal, de acordo com a PF, é vendida a preços
entre R$ 350 e 400 a unidade, enquanto a substância autorizada pela
Anvisa pode custar até R$ 1 mil. O delegado informou que a perícia no
material revelou que os frascos não tinham qualquer identificação e
muitos também não continham a substância na fórmula.
As investigações indicaram que as toxinas estão em circulação no
mercado há pelo menos cinco anos. "A origem dos produtos ainda será
investigada. Os revendedores recebiam os produtos, na maioria das vezes,
por via postal e repassavam diretamente para médicos e esteticistas",
informou o superintendente da PF em Pernambuco, Marlon Jefferson de
Almeida.
Os envolvidos podem responder por crimes contra a saúde pública,
contrabando e formação de quadrilha. Os acusados podem pegar pena de dez
a 15 anos. A operação contou com cerca de 80 policiais em todo o Brasil
e o inquérito deve ser concluído em 30 dias.
G1
Por:Vadilson Oliveira
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