O Debate das Dez do Programa Manhã Total (Rádio Pajeú) debateu o drama de moradores da comunidade de Santa Rosa, município de Carnaíba, que fica ao lado da fábrica de cimento Pajeú.
Representando a comunidade, a estudante Mayara Lima disse que a comunidade “estava sangrando”, diante das ameaças de retirada das terras sem uma indenização justa.
Em suma, com os valores propostos na avaliação inicial, que é paga pelo Governo do Estado através da AD-DIPER, não oferecem condições para que os moradores consigam adquirir área similar em outra comunidade, sem falar nas benfeitorias que a comunidade pobre deixará para trás e o rompimento dos laços afetivos, afastamento de familiares, dentre outros problemas.
Administrador paroquial, o Padre Antonio Cláudio descreveu o problema como muito maior que o mero debate das indenizações. “Confesso que já tive dificuldade até de me concentrar para celebrar lá, pois é de cortar o coração ver idosos, pessoas simples chorando desesperadas”. O Padre Clério Airon acompanhou as palavras do colega. “É preciso que haja um debate justo em nome dessas famílias que não podem ficar desamparadas”.
Estiveram no Debate o Prefeito Zé Mário Cassiano, o Secretário Ozéas Magno e a advogada Cinara Amorim. Em suma, explicaram que diante dos valores subdimensionados da avaliação, o Juiz da Cidade no curso do processo deverá nomear um perito independente para nova avaliação. O Prefeito se comprometeu a se reunir com uma comissão da comunidade para se possível ir até o Recife e buscar caminho para o problema. “Tenho consciência do drama da comunidade e me comprometo em discutir com todos essa questão para que possamos encontrar uma solução”, afirmou.
Acima, rachaduras, um açude da comunidade contaminado e a vista da fábrica do ponto de vista de Santa Rosa. Fotos : Juliana Lima.
In loco : Depois de visitar a comunidade, a comunicadora Juliana Lima fez um relato emocionado no programa. “Vi pessoas de 80 anos chorando. Um garotinho de quatro anos, sem ser orientado por ninguém afirmou que iria morar debaixo da ponte porque iriam tomar a casa dele”, afirmou. Além da questão da desapropriação, a comunidade já sofre com o funcionamento da fábrica, pelo pó de calcário que contaminou uma barragem próxima, além de rachaduras em casas causadas por explosões para explorar o calcário. Ela tentou acesar a Fábrica, mas não teve entrada autorizada.
Site: Nill Junior
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