Ao contrário do que acontece no resto da Europa, na Alemanha é possível deixar em branco o campo “sexo” da certidão de nascimento, o que pode, a princípio, diminuir a ansiedade de pais de crianças hermafroditas (que nascem com órgãos sexuais “intermediários”). Para ativistas, contudo, essa medida deve ser apenas um passo inicial rumo a uma sociedade menos, digamos, “binária” em relação a gêneros.
“Nossa principal demanda é proibir cirurgias genitais cosméticas para recém-nascidos”, ressalta Lucie Veith, líder da Associação de Pessoas “Interssexuais” da Alemanha. Em lugar dessas intervenções consideradas “precoces”, a Associação propõe que, a menos que seja estritamente necessário, esse tipo de cirurgia seja feita quando a pessoa tiver pelo menos 16 anos de idade, podendo optar por se tornar homem, mulher ou permanecer “indefinida”.
Estima-se que uma em cada 1,5 mil ou 2 mil crianças nasça hermafrodita. Em boa parte dos casos, uma ou mais cirurgias plásticas são feitas para determinar um gênero.
O problema é que muitos pais tomam essa decisão sem conhecer direito as possíveis consequências – não faltam casos de pessoas que se sentiriam mais à vontade caso seus pais tivessem definido outro sexo para elas.
Naturalmente, nem toda pessoa que nasceu hermafrodita e passou por cirurgias para definir um gênero se sente infeliz, mas isso não descarta a necessidade de debatermelhor a questão.
Enquanto não surgem medidas mais drásticas, o Conselho Europeu recomenda que os governos dos países membros reduzam o número de cirurgias que não sejam vitais para as crianças hermafroditas.
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