Ele tinha 92 anos e estava internado com problemas respiratórios, no Rio. O irmão de Roberto Marinho era vice-presidente da Infoglobo.
O jornalista Rogério Marinho morreu às 6h48 desta segunda-feira (25), aos 92 anos, de insuficiência respiratória aguda no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele estava internado desde quarta-feira (20).
Irmão caçula de Roberto Marinho, o carioca Rogério Pisani Marinho
começou a trabalhar em O Globo aos 18 anos e atualmente era
vice-presidente da Infoglobo. Foi casado com Elizabeth Pessoa Cavalcanti
de Albuquerque por mais de 60 anos e deixa filha e netos. O corpo será
velado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, a partir das 14h30,
na capela 1.
O governador do Rio, Sérgio Cabral,
divulgou nota lamentando a morte. Diz que sempre recebeu de Rogério
Marinho "manifestações de estímulo e atenção" desde o início de sua
carreira política. E lembra que Rogério contribuiu para construir, ao
lado de Roberto, o maior grupo de comunicação do Brasil.
A carreira
Rogério Pisani Marinho nasceu em 15 de maio de 1919, na Rua do Riachuelo, no Rio de Janeiro. Filho caçula de Irineu Marinho e Francisca Pisani de Barros, Rogério tinha apenas 6 anos quando o pai morreu. Na infância, morou na Rua Senador Vergueiro, em uma casa com ampla vista da cidade; depois, por 22 anos, na Rua Haddock Lobo, na Tijuca.
Começou a estudar aos 6 anos, no Instituto La-Fayette, na Tijuca, indo
depois para o Colégio São Bento, onde fez o curso de admissão e o
ginasial. Optou por fazer faculdade de Direito, segundo conta, apenas
para ter um diploma, tendo sido “um péssimo aluno com ótimos
professores”. O primeiro ano do curso de Direito foi feito no Colégio
Universitário e o segundo na Faculdade de Direito. Formou-se em 1943,
mas nunca exerceu a advocacia.Rogério Pisani Marinho nasceu em 15 de maio de 1919, na Rua do Riachuelo, no Rio de Janeiro. Filho caçula de Irineu Marinho e Francisca Pisani de Barros, Rogério tinha apenas 6 anos quando o pai morreu. Na infância, morou na Rua Senador Vergueiro, em uma casa com ampla vista da cidade; depois, por 22 anos, na Rua Haddock Lobo, na Tijuca.
Rogério Marinho começou a trabalhar em O Globo em 1938, quando o jornal
já era dirigido por seu irmão Roberto Marinho, 15 anos mais velho, e no
qual já trabalhava, desde 1933, seu outro irmão, Ricardo. Suas
primeiras funções no jornal foram na seção de esportes, onde trabalhou
sob orientação de Mário Filho. Logo passou a integrar a equipe de Alves
Pinheiro, na qual fazia todo tipo de tarefa, da apuração de reportagens à
tradução de telegramas. Ainda em 1938, teve a ideia de utilizar o
“bonequinho” nas críticas de cinema, criando a seção Bonequinho viu, até
hoje publicada no jornal.
Em depoimento ao projeto Memória Globo,
Rogério Marinho descreveu a atividade jornalística naquela época. "Era
um jornalismo heróico. Não era esse jornalismo de hoje, tecnológico. Era
um jornalismo de esforço pessoal, cada um fazia o que devia fazer e o
que outros deviam fazer também, para não atrasar o jornal".
Em 1940, passou a trabalhar como redator, atuando também nas mais
diversas áreas: além de reportagens variadas, fez críticas de cinema, de
ópera e teve uma coluna esportiva assinada por pseudônimo. Uma de suas
primeiras entrevistas foi feita com Ari Barroso, que retornava dos
Estados Unidos. Entre os profissionais com quem trabalhou à época,
estavam José Lins do Rego, Thiago de Mello e Pinheiro Lemos. Em 1952,
foi designado por seu irmão para assumir o cargo de diretor substituto,
passando mais tarde a vice-presidente do jornal.
Entre julho de 1944 e maio de 1945, dirigiu com Pedro Motta Lima o
tabloide O Globo Expedicionário, destinado a elevar o moral dos
pracinhas e a prestar serviços como troca de mensagens e publicação de
cartas. Segundo Rogério Marinho, havia a preocupação editorial de buscar
matérias que fossem de interesse dos soldados. Alguns números do Globo
Expedicionário foram publicados após o término da 2ª Guerra Mundial.
Quando Rogério Marinho ingressou em O Globo, o jornal era ainda um
vespertino. A edição matutina começou apenas entre 1935 e 1937. Uma das
“missões” confiadas a Rogério Marinho por seu irmão Roberto foi a de
agilizar a saída do jornal, de forma a torná-lo o vespertino que
primeiro chegasse ao público, fazendo frente a outros vespertinos como
Última Hora e Diário da Noite. Para isso, Rogério chegava ao jornal
entre 3h30 e 3h45, revisava todos os originais, ampliava ou condensava
assuntos e, quando necessário, fazia alterações editoriais de última
hora. Em torno de 1954, seus esforços conseguiram fazer com que O Globo
passasse a chegar às ruas entre 7h e 8h.
Rogério Marinho teve a ecologia
como uma de suas preocupações constantes. Foi membro do Conselho
Deliberativo da Fundação Brasileira pela Conservação da Natureza entre
1975 e 1987; vice-presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rio
Congressos e Eventos - Rio Convention Bureau, entre 1984 e 1989; e
membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente a partir de 1986, quando
foi designado pelo então presidente José Sarney.
Também participou como membro do Conselho Superior da Associação
Comercial do Rio de Janeiro, do Conselho da Associação dos Amigos do
Museu Imperial e do Conselho do Museu Nacional de Belas Artes. Foi
agraciado com as seguintes medalhas: Ordem Mérito Naval, Ordem ao Mérito
Santos Dumont e Grande Oficial da Ordem do Mérito Brasília.
Rogério Marinho casou-se, em 1948, com Elizabeth Pessoa Cavalcanti de
Albuquerque, filha do Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque,
idealizador da Academia Militar das Agulhas Negras. Os dois tiveram uma
filha, Ana Luisa Pessoa Marinho, também jornalista, que lhe deu 2 netos,
Eduardo Marinho Christoph e Bruno Marinho de Mello.
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