segunda-feira, 25 de julho de 2011

Morre aos 92 anos o jornalista Rogério Marinho.

Ele tinha 92 anos e estava internado com problemas respiratórios, no Rio. O irmão de Roberto Marinho era vice-presidente da Infoglobo.

O jornalista Rogério Marinho morreu às 6h48 desta segunda-feira (25), aos 92 anos, de insuficiência respiratória aguda no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele estava internado desde quarta-feira (20).

 

Irmão caçula de Roberto Marinho, o carioca Rogério Pisani Marinho começou a trabalhar em O Globo aos 18 anos e atualmente era vice-presidente da Infoglobo. Foi casado com Elizabeth Pessoa Cavalcanti de Albuquerque por mais de 60 anos e deixa filha e netos. O corpo será velado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, a partir das 14h30, na capela 1.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, divulgou nota lamentando a morte. Diz que sempre recebeu de Rogério Marinho "manifestações de estímulo e atenção" desde o início de sua carreira política. E lembra que Rogério contribuiu para construir, ao lado de Roberto, o maior grupo de comunicação do Brasil.
A carreira
Rogério Pisani Marinho nasceu em 15 de maio de 1919, na Rua do Riachuelo, no Rio de Janeiro. Filho caçula de Irineu Marinho e Francisca Pisani de Barros, Rogério tinha apenas 6 anos quando o pai morreu. Na infância, morou na Rua Senador Vergueiro, em uma casa com ampla vista da cidade; depois, por 22 anos, na Rua Haddock Lobo, na Tijuca.
Começou a estudar aos 6 anos, no Instituto La-Fayette, na Tijuca, indo depois para o Colégio São Bento, onde fez o curso de admissão e o ginasial. Optou por fazer faculdade de Direito, segundo conta, apenas para ter um diploma, tendo sido “um péssimo aluno com ótimos professores”. O primeiro ano do curso de Direito foi feito no Colégio Universitário e o segundo na Faculdade de Direito. Formou-se em 1943, mas nunca exerceu a advocacia.
Rogério Marinho começou a trabalhar em O Globo em 1938, quando o jornal já era dirigido por seu irmão Roberto Marinho, 15 anos mais velho, e no qual já trabalhava, desde 1933, seu outro irmão, Ricardo. Suas primeiras funções no jornal foram na seção de esportes, onde trabalhou sob orientação de Mário Filho. Logo passou a integrar a equipe de Alves Pinheiro, na qual fazia todo tipo de tarefa, da apuração de reportagens à tradução de telegramas. Ainda em 1938, teve a ideia de utilizar o “bonequinho” nas críticas de cinema, criando a seção Bonequinho viu, até hoje publicada no jornal.
Em depoimento ao projeto Memória Globo, Rogério Marinho descreveu a atividade jornalística naquela época. "Era um jornalismo heróico. Não era esse jornalismo de hoje, tecnológico. Era um jornalismo de esforço pessoal, cada um fazia o que devia fazer e o que outros deviam fazer também, para não atrasar o jornal".
Em 1940, passou a trabalhar como redator, atuando também nas mais diversas áreas: além de reportagens variadas, fez críticas de cinema, de ópera e teve uma coluna esportiva assinada por pseudônimo. Uma de suas primeiras entrevistas foi feita com Ari Barroso, que retornava dos Estados Unidos. Entre os profissionais com quem trabalhou à época, estavam José Lins do Rego, Thiago de Mello e Pinheiro Lemos. Em 1952, foi designado por seu irmão para assumir o cargo de diretor substituto, passando mais tarde a vice-presidente do jornal.
Entre julho de 1944 e maio de 1945, dirigiu com Pedro Motta Lima o tabloide O Globo Expedicionário, destinado a elevar o moral dos pracinhas e a prestar serviços como troca de mensagens e publicação de cartas. Segundo Rogério Marinho, havia a preocupação editorial de buscar matérias que fossem de interesse dos soldados. Alguns números do Globo Expedicionário foram publicados após o término da 2ª Guerra Mundial.
Quando Rogério Marinho ingressou em O Globo, o jornal era ainda um vespertino. A edição matutina começou apenas entre 1935 e 1937. Uma das “missões” confiadas a Rogério Marinho por seu irmão Roberto foi a de agilizar a saída do jornal, de forma a torná-lo o vespertino que primeiro chegasse ao público, fazendo frente a outros vespertinos como Última Hora e Diário da Noite. Para isso, Rogério chegava ao jornal entre 3h30 e 3h45, revisava todos os originais, ampliava ou condensava assuntos e, quando necessário, fazia alterações editoriais de última hora. Em torno de 1954, seus esforços conseguiram fazer com que O Globo passasse a chegar às ruas entre 7h e 8h.
Rogério Marinho teve a ecologia como uma de suas preocupações constantes. Foi membro do Conselho Deliberativo da Fundação Brasileira pela Conservação da Natureza entre 1975 e 1987; vice-presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rio Congressos e Eventos - Rio Convention Bureau, entre 1984 e 1989; e membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente a partir de 1986, quando foi designado pelo então presidente José Sarney.
Também participou como membro do Conselho Superior da Associação Comercial do Rio de Janeiro, do Conselho da Associação dos Amigos do Museu Imperial e do Conselho do Museu Nacional de Belas Artes. Foi agraciado com as seguintes medalhas: Ordem Mérito Naval, Ordem ao Mérito Santos Dumont e Grande Oficial da Ordem do Mérito Brasília.
Rogério Marinho casou-se, em 1948, com Elizabeth Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, filha do Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, idealizador da Academia Militar das Agulhas Negras. Os dois tiveram uma filha, Ana Luisa Pessoa Marinho, também jornalista, que lhe deu 2 netos, Eduardo Marinho Christoph e Bruno Marinho de Mello.

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