quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Corpo de jovem morto em acidente em parque é enterrado no Rio.

Outra jovem está internada em estado grave.
Acidente com brinquedo matou duas pessoas e deixou sete feridos.

Corpo de jovem é enterrado no Rio (Foto: Henrique Porto/G1) 
Corpo de Victor é enterrado no Rio (Foto: Henrique Porto/G1).
O corpo de Víctor Alcântara de Oliveira, de 16 anos, foi enterrado na tarde desta quarta-feira (17) no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio. Ele morreu após o acidente com um brinquedo em um parque de diversões em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio. Ele estava internado em estado grave no Hospital Miguel Couto, na Zona Sul do Rio.

Emoção em enterro de vítima de acidente em parque no Rio (Foto: Henrique Porto/G1) 
Emoção em enterro de vítima de acidente em parque no Rio (Foto: Henrique Porto/G1).
A mãe do jovem não teve condições emocionais de comparecer ao enterro, de acordo com a família. Os amigos vestiram uma blusa branca com inscrições em homenagem a Victor e gritaram pedindo justiça.
O pai de Victor, Antônio José de Oliveira, chorou muito e falou sobre o filho.

"Victor era uma ótima pessoa. Um menino maravilhoso e muito querido. Ele era um ótimo filho. Ele sempre levava os amigos lá para casa para dançar. Seu maior sonho era ser dançarino. Victor era muito alegre. Estamos todos muito tristes lá onde a gente mora", contou o pai.
Antônio disse que ainda não está acompanhando as investigações sobre o acidente no parque de perto.
Muitos amigos e parentes acompanharam o velório. Muito emocionado, o tio de Victor, Mauro Alves, afirmou que o sobrinho fará falta na família. "É uma pessoa que estará sempre nos nossos corações, independente dessa morte. Ele sempre foi um cara alegre e extrovertido. Ele sempre prometeu ao pai: ‘vou dançar, vou estar em uma emissora de TV para dar o sustento para minha família.’ Tenho certeza de que a Justiça será feita".

O acidente ocorreu durante uma festa agostina - uma celebração de São João no mês de agosto, na madrugada de domingo (14). De acordo com a polícia, por volta das 3h, um carrinho do brinquedo chamado "tufão" se soltou e caiu do alto, atingindo várias pessoas que estavam numa fila. Além de Vítor, a Alessandra da Silva Aguilar, de 17 anos, morreu no local.

Homenagem
Na madrugada de quarta-feira (17), parentes e amigos de Victor prestaram uma homenagem ao jovem. Um grupo de cerca de 100 pessoas se reuniu em uma praça da comunidade do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, também Zona Oeste.
Na homenagem, eles formaram um coração e a inscrição K2, que era o apelido do jovem. Alguns amigos seguravam cartazes com a assinatura dos presentes e frases de paz, luto e saudades. Todos os cartazes tinham uma foto de Victor.
Vítima segue internada em estado grave
Uma das duas vítimas que permanecem internadas passou por uma cirurgia na terça-feira (16). Segundo a Secretaria municipal de Saúde, Francine Januário Santana, de 20 anos, fez uma cirurgia de correção da mandíbula, após fraturá-la no acidente. Ela segue em recuperação no Hospital Miguel Couto, sem previsão de alta. Seu quadro é considerado bom.
Já Daiane Mesquita, de 17 anos, permanece internada no mesmo hospital em estado muito grave, segundo a Secretaria municipal de Saúde. Ela está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), com traumatismo craniano.
Depoimentos na delegacia
Na tarde de terça-feira (16), a dona do parque e o filho foram com um advogado à 42ª DP (Recreio). Segundo a delegada Adriana Belém, os dois disseram que só vão falar sobre o caso em juízo. Segundo a delegada, eles foram indiciados por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Ao deixar a delegacia, a dona do parque falou pela primeira vez sobre o caso. "Eu não sou assassina, eu não tive culpa, foi um acidente"
Um terceiro sócio do parque também foi à delegacia para prestar depoimento. De acordo com a delegada, o sócio, que é ex-marido da proprietária, disse que só faz parte da sociedade "para constar", mas que não tem gerência alguma sobre o parque. Ele disse que era barraqueiro, e que não andaria em nenhum dos brinquedos do parque.
Bombeiros e funcionários da prefeitura também prestaram depoimento, além de representantes da associação de moradores, segundo Adriana Belém. A delegada informou que não cabe ao Corpo de Bombeiros fiscalizar as instalações elétricas e os brinquedos. Os dois bombeiros verificaram as saídas de emergência, os extintores de incêndio e a capacidade do local.
Também prestaram depoimento as jovens Pamela Beatriz Pereira e Ana Gabrielle Van Bellen, de 17 anos, que se feriram no acidente. Pamela não quis falar com a imprensa, mas Ana Gabrielle disse não se lembrar muito bem do que aconteceu.
Mãe de Alessandra critica parque
A mãe de Alessandra Aguilar, a primeira vítima a morre no acidente, também foi à 42ª DP conversar com a delegada. Ela disse que está satisfeita de ver que a polícia está empenhada na investigação.

"Aquilo não era um parque, era um depósito de ferro. Eles (dona do parque e filho) têm de pagar por isso. Ficarei mais satisfeita quando ela e o filho estiverem atrás das grades. O engenheiro também tem de pagar por isso. Como é que ele assina um coisa que não viu? Isso levou a vida do meu bebê que não vai voltar mais", desabafou Adriana Barreto, ao deixar o local.
Morte de funcionário em parque
Policiais da 42ª DP (Recreio) informaram, nesta terça-feira, que o funcionário Diogo Melo de Paiva, de 23 anos, que trabalhava no parque de diversões, em junho deste ano, morreu em um acidente causado por um brinquedo chamado surfe. O parque estava em Paty do Alferes, na Região Centro Sul Fluminense, durante a Festa do Tomate.

De acordo com a delegada Adriana Belém, também houve outros caso de acidente no ano passado. “Já descobri, inclusive, a ocorrência de um homicídio culposo, em 2006, além de vários procedimentos de lesão corporal por acidentes ocorridos neste mesmo parque”, disse a delegada.
Em 2006, o parque ficava no bairro da Abolição, no subúrbio do Rio, e um adolescente, chamado Róbson da Costa, de 14 anos, morreu. Outras duas crianças ficaram feridas, em 2008. “Com a constatação de que não havia a menor possibilidade de este parque estar funcionando, vamos mudar a tipificação”, afirmou a delegada, reiterando que vai mudar a tipificação do crime de homicídio culposo para homicídio doloso.
Engenheiro indiciado por falsidade ideológica
A delegada confirmou ainda que o engenheiro que deu a autorização para o parque funcionar e disse que não andaria nos brinquedos nem permitiria que seus parentes andassem já está indiciado por falsidade ideológica.
"Ele deu declarações em documento público que não corresponde à verdade. O parque não tem condições de funcionar", explicou Adriana, informando que se condenado na Justiça, o engenheiro pode cumprir pena de 1 a 5 anos de detenção.

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