A decisão da Polícia Civil de apontar o menino de 13 anos Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini de matar os pais mais duas parentes na noite da segunda-feira (5) é precipitada na opinião de advogados criminalistas entrevistados pelo UOL, portal parceiro do NE10.
Marcelo foi o único suspeito apontado pelos crimes até a manhã desta quarta-feira (7).Para o jurista Luiz Flávio Gomes, advogado criminalista que já atuou como juiz, promotor e delegado, a polícia deveria ter aguardado o resultado da perícia antes de incriminá-lo. Para ele, a polícia deve ter o compromisso de reunir o maior conjunto possível de provas.
Os pais do garoto, Luís Marcelo Pesseghini e Andreia Regina Bovo Pesseghini, foram encontrados mortos em casa. Luís era sargento da Rota, tropa da elite da Polícia Militar de São Paulo, e Andreia era cabo da Polícia Militar. Além deles, foram mortas a avó do garoto, Benedita de Oliveira Bovo, e a tia-avó, Bernadete Oliveira da Silva.
Para o professor de direito penal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Frederico Crissiuma Figueiredo, a polícia deve ter cuidado ao divulgar informações sobre o caso, já que se trata de uma criança. Para ele, isso evitaria uma situação ruim caso a suspeita venha a se mostrar falsa.
Em entrevista coletiva na terça-feira (6), o delegado responsável pelo caso, Itagiba Franco, descartou a hipótese de um crime encomendado. Para ele, os indícios levam a crer que Marcelo matou os quatro parentes e depois se suicidou.
Nesta quarta-feira, a polícia ouvirá novas testemunhas e o computador do garoto e a arma do crime passarão por perícia.
NE10
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