O músico foi detido às 19h30, segundo disse ao G1 Evandro Fioti, que é produtor de Emicida e estava no local. Meia hora depois, o cantor publicou em seu perfil no Twitter a seguinte mensagem: "Fui preso por desacato a autoridade após o show em BH por causa da música dedo na ferida".
Ele havia se apresentado num evento chamado Palco Hip Hop, que acontecia no bairro Barreiro e tinha entrada gratuita. Segundo relatos de policiais civis de plantão que registraram o TCO, policiais militares disseram que o cantor, no início de seu show, afirmou "que apoiava a invasão ao terreno Eliana Silva [conjunto habitacional] no Bairro Barreiro e também pediu que o público levantasse o dedo no meio e apontasse para os policiais militares".
A assessoria de imprensa da Polícia Militar tinha dito anteriormente
que Emicida fora detido, após o término da apresentação, por ter
incitado o público a fazer gestos obscenos contra policiais militares do
41º Batalhão, que faziam o policiamento no evento, e contra políticos. A
PM, no entanto, não soube informar se havia políticos presentes.
Ainda de acordo com a corporação, Emicida havia sido algemado e levado
num carro de polícia até a 36ª Delegacia Seccional. O policial civil de
plantão, contudo, afirma que o rapper chegou sem algemas ao local.
Emicida prestou depoimento e foi liberado e vai responder a processo
por desacato. Segundo a Polícia Civil, que não divulga o depoimento, as
penas para caso de TCO são alternativas. Após deixar a delegacia, ele
ainda publicou em seu Twitter: "Obrigado comunidade hip hop de BH,
rapaziada da ocupação Eliana Silva e produção do palco hip hop! Seguimos
na mesma luta! #DedoNaFerida".
Pinheirinho e Cracolândia
O single "Dedo na ferida" foi lançado por Emicida em seu blog no início de março. Com uma batida pesada, que remete à era mais politizada do rap, o músico critica a polícia e aborda as polêmicas em torno do despejo de moradores de Pinheirinho e da cracolândia de São Paulo, entre outras. (Assista ao clipe da música.)
O single "Dedo na ferida" foi lançado por Emicida em seu blog no início de março. Com uma batida pesada, que remete à era mais politizada do rap, o músico critica a polícia e aborda as polêmicas em torno do despejo de moradores de Pinheirinho e da cracolândia de São Paulo, entre outras. (Assista ao clipe da música.)
O rap é “dedicado às vítimas do [favela do] Moinho, Pinheirinho,
Cracolândia, Rio dos Macacos, Alcântara e todas as quebradas devastadas
pela ganância”, como o artista diz logo no início. Na letra, há frases
fortes como "Auschwitz ou gueto? Índio ou preto?/ Mesmo jeito,
extermínio".
"Dedo na ferida" foi produzida por Renan Samam,
colaborador habitual do
rapper, e o clipe foi dirigido por Nicolas Prado, parceiro de Emicida
na produtora Laboratório Fantasma.
G1
Por:Vadilson Oliveira
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